Pescar sempre foi muito mais fácil na cidade de Laguna do que em qualquer outro lugar do Brasil. Não bastasse a generosidade da natureza, que atrai várias espécies de peixes e camarões para a região, há também um fenômeno raro: a ajuda dos golfinhos – uma cooperação com os pescadores.

   A cooperação dos golfinhos é um fenômeno que enche os olhos dos turistas e as redes dos pescadores artesanais da região. Laguna tem o título de Capital Nacional do Boto Pescador. A “pesca cooperativa” é a interação entre homem e animal, uma tradição do município. Atualmente, segundo levantamento da UDESC, são 53 botos vivendo na região da Lagoa Santo Antônio dos Anjos até as proximidades da ponte Anita Garibaldi, destes, 22 cooperam com os pescadores na região dos Molhes e Centro Histórico. Os botos estão catalogados no departamento de Pesca da UDESC, recolhecidos por marcas nas barbatanas superiores através de fotos.

   No ato da pesca, os pescadores preparam suas tarrafas e colocam-se à beira do canal, a pé ou de canoa, dependendo da maré. Ao perceber a presença dos humanos, os golfinhos passam a cercar os cardumes que entram e saem da Lagoa, sobretudo as tainhas, e os afugentam na direção dos pescadores. Os peixes que escapam das redes viram presa fácil e vão parar no estômago dos botos. No período da pesca da tainha, nos meses de junho até julho, os botos e seus amigos pescadores são as atrações nos Molhes da Barra, principalmente, nos dias do vento sul. No verão, os botos costumam aparecer no início da manhã, com dias com mar calmo e brisa moderada, espetáculos de saltos e pegando ondas na parte norte dos Molhes são aplaudidos por visitantes e moradores.

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